sexta-feira, 26 de junho de 2009

ALCOOLISMO: AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE

As bebidas alcoólicas, como o nome indica, são aquelas que contêm álcool na sua composição. O problema é que o álcool dessas bebidas é o mesmo encontrado em farmácias ou supermercados (álcool etílico ou etanol), portanto, sem qualquer valor nutritivo. Quando se consome uma bebida alcoólica, o álcool nela contido - que se exprime em graus e que varia de bebida para bebida – passa pelo esôfago, o estômago e chega ao intestino. Depois de ser absorvido pelo sangue, vai para todos os órgãos irrigados do corpo humano, entre eles, o fígado, os pulmões, o coração, o cérebro.
Os efeitos do álcool dependem da sua concentração no sangue. Dessa forma, existe um efeito tóxico contínuo sobre o organismo, que poderá acarretar graves problemas de saúde, tanto a nível físico, quanto mental e psicológico. Os médicos que lidam com o tema garantem que as bebidas alcoólicas só deveriam ser consumidas por adultos saudáveis, ainda que em quantidades moderadas. A realidade, no entanto, é bem diferente. De acordo com o professor de biociências Raul Aragão Martins, se não houver nenhum tipo de intervenção, seja por parte da família, da escola ou da sociedade, metade dos adolescentes pode se tornar dependente do álcool após dez anos.

Uma doença
Os mais recentes estudos apontam que no Brasil existem, entre dependentes leves, moderados e graves, mais de 15 milhões de pessoas. Estima-se que 10 por cento da população ingere álcool em excesso. Muitas vezes, as pessoas que abusam do álcool não se apercebem que estão com um problema de saúde. E, por isso, precisam de ajuda. Também é verdade que, por vezes, se torna difícil perceber quando o consumo de álcool deixa de ser apenas um assunto privado. É necessário entender que uma pessoa com problemas de álcool é uma pessoa doente, que dificilmente pode se tratar sozinha.
Quando o álcool se torna um problema de saúde que afeta não só o próprio usuário como todos os que o rodeiam, seja a família, a empresa ou os amigos, então a responsabilidade passa a ser coletiva. Fechar os olhos é o que nunca se deve fazer. Ignorar o problema é demitirmo-nos das nossas responsabilidades enquanto familiares, amigos, colegas, ou de meros cidadãos.

Não esqueça...
Evite discussões com pessoas alcoolizadas.
Não misture bebidas, principalmente fermentadas com destiladas.
Não beba de estômago vazio, isso aumenta o risco de intoxicação.

Males do álcool
O consumo excessivo de álcool pode provocar a degeneração do fígado e originar doenças como câncer, cirrose hepática e hepatites.

Os abusos com o álcool também são capazes de levar à impotência sexual e afetam o coração, estômago, sangue e glândulas.
O excesso de álcool provoca grande desgaste no organismo.

O uso contínuo do álcool afeta a disposição para o trabalho e para a vida, prejudicando o relacionamento com pessoas mais próximas, podendo levar à desagregação familiar.

É mentira
O álcool aquece.
Não. Não aquece, já que o sangue se encontra a uma temperatura perto de 37 graus, quase sempre superior à temperatura ambiente.

O álcool dá força.
Negativo. Ao contrário, o álcool faz o organismo gastar ainda mais energias.

O álcool desinibe.
Em quantidades moderadas o álcool até tem um efeito desinibidor, porém nem sempre é possível controlar o seu consumo, situação que piora qualquer tipo de relacionamento.

O álcool alimenta.
Não mesmo. A bebida alcoólica não tem nenhum valor nutritivo, por isso produz calorias inúteis para os músculos e não serve para o funcionamento das células.

O álcool mata a sede.
Errado. Além de não matar a sede, leva à perda de água existente no organismo.
Fonte: ABEAD – Associação Brasileira de Estudos do Àlcool e Outras Drogas

quinta-feira, 30 de abril de 2009

RELATO VERÍDICO - PARTE DA VIDA DE UM ALCOÓLICO

Cara senhora,
Como disse na primeira mensagem, fui alcoólico e deixei de beber há 29 anos. Fiquei com esse dia marcado na minha memória: 3 de março de 1980. Foi este o dia em que eu deixei de ser um desgraçado.

Eu comecei a beber quando tinha por volta de 16 anos. Aí começou a minha sina. Em 1967, fui para a tropa e em dezembro desse mesmo ano fui mobilizado para Angola. Aí então é que eu comecei ser alcoólico a sério. Durante o tempo em que estive mobilizado, eram bebedeiras atrás de bebedeiras, castigos em cima de castigos, rapadelas de cabelo, guardas noturnas, saídas para o mato, tudo isso de castigo.
E assim foram 28 meses em Angola. Vim para Portugal em 1971. Comecei a namorar a minha esposa logo que cheguei. Eu já a conhecia, porque trabalhamos juntos antes de eu ir para fora, por isso arranjei logo namoro, mas quando estava bêbado não aparecia. Casei passados poucos meses e então começaram os maus-tratos à minha esposa, principalmente nos fins-de-semana levava porrada na certa, pois tudo tinha defeito: ou era o almoço ou o jantar.

Em suma, nada estava bem até que começamos a ter filhos. Então eu comecei a ver o desgraçado que eu era para a mulher e filho. Começava a chorar quando estava sóbrio ou de manhã quando acordava, até que numa segunda-feira de manhã eu estava doente e disse a minha esposa para ela me chamar um médico a casa. Então, a minha mulher disse-me que só chamava se eu dissesse a verdade ao médico. Então, eu disse que diria que queria deixar de beber. Veio, então, o médico à minha casa e perguntou-me se eu queria deixar de beber, eu disse que sim, mas que não conseguia.
Ele disse-me que tinha um médico amigo que trabalhava no hospital de S. João, no Porto, e que se eu quisesse ele me ajudava. A minha esposa disse-lhe que trabalhava lá no hospital. Então, ele deu um cartão de visita para ela entregar a um médico psiquiatra, mas a minha mulher conhecia esse médico.

Então, eu fui fazer uma desintoxicação durante um mês e ao fim de um mês o psiquiatra disse-me que eu estava limpo e se eu quisesse beber, era comigo, ele já não podia fazer mais nada por mim. Eu disse que não beberia mais na minha vida.
Assim foi, não voltei a beber. Deus tenha esse psiquiatra no céu, pois já morreu.
Com os meus mais respeitosos comprimentos.
Manuel Macedo

quarta-feira, 15 de abril de 2009

GRUPO DE AJUDA AOS FAMILIARES

O aumento dos grupos de ajuda aos familiares traz à tona, não apenas um problema social mundial, que afeta centenas milhões de adultos e crianças a partir dos 10 anos, mas também a epidemia de uma doença gravíssima, cuja recuperação é tratada pela ação persistente dessas entidades formadas por pessoas anônimas.
O Al-Anon reúne os familiares afetados por entes ou amigos íntimos de dependentes do álcool e outras drogas.
É mais fácil e menos doloroso conseguir agir, ouvindo as vivências de situações semelhantes e relatos dos membros do grupo que obtiveram sucesso do que agir sozinho.
A finalidade é ajudar uns aos outros.

As reuniões acontecem num clima de identificação e de cumplicidade.
Muitos familiares, infelizmente, tentando ajudar agem de maneira que, direta ou indiretamente, facilitam o uso das drogas. São os chamados facilitadores. Porque passam a mão pela cabeça, tentam justificar. Outros ameaçam, agridem e acabam agravando mais ainda o problema do adicto.

Mas cada membro que chega, descobre que não é o único nem é o maior sofredor dos seres humanos.
Logo reconhece que seu problema é comum a todos que frequentam o local. Todos naquele recinto possuem um doente em casa, na família, ou entre seus amigos queridos. E pode descobrir algo muito importante: que está sofrendo de codependência. É freqüentando as reuniões que se consegue compreender de que forma a codependência se manifesta no seu estado físico e social.
Esta descoberta é muito importante para que o familiar passe cuidar mais de si mesmo para não adoecer. Os codependentes se esquecem de si próprios pra viver em função das reações doentias do adicto.

E passam a entender que não são juízes nem salvadores para conseguir “curá-los”.
Também não lhes cabe livrá-los dos embaraços aos quais se metem.
Não oferecem prêmio nem castigo e aprendem que não devem tomar para si as responsabilidades do adicto, nem se sentir culpado pela doença do filho/a.

Toda essa mudança de foco e de atitude dos pais ou dos responsáveis desperta o instinto de sobrevivência do adicto, que chega a conclusão de que precisa procurar ajuda nos grupos criados, especialmente, pra ele, já que não conta mais com ninguém em casa pra tomar conta dele. E é no seu próprio grupo que o adicto cairá na real de que não é responsável pela sua doença, mas é o único responsável pela sua recuperação.

O grupo de ajuda não tem ligações religiosas, nem se preocupa com a situação financeira e social de seus participantes. Ali todos são iguais. Fazem parte de um mesmo sofrimento e de um mesmo ideal: livrar-se da culpa e da codependência, aprendendo a viver e a conviver com o adicto, buscando novos interesses em atividades que tragam prazer e alegria pra suas próprias vidas.

Se o familiar procurar o grupo de ajuda com o objetivo de “curar” o dependente da bebida ou de qualquer outra droga, errou o caminho. Os membros do Al-Anon procuram ajudar a família a qualquer hora e dia, sem, no entanto, prestar atendimento ao adicto. Para isso ele possui o grupo dele em separado.

Não existe um membro superior para falar pelo Grupo nem pelas entidades do AA, do AL-Anon, do NA ( narcóticos anônimos).

Os convidados são sempre lembrados pelo membro do grupo de que ali não existem instrutores, mas sim pessoas com suas opiniões, experiência e interpretações particulares. Todos os membros têm completa independência para falar e seguir suas próprias convicções sobre o programa de recuperação.

ALATEEN
Muitos jovens sofrem com a dependência dos pais.
O grupo Alateen é resultante da necessidade de atender aos jovens que padecem do problema de ter que conviver com pessoas que têm o hábito beber compulsoriamente.
É mais doloroso ainda depender de pais e mães que bebem sem limite e perdem a consciência de seus atos.
A criança e o jovem sofrem a sensação de solidão e desamparo. E é muito provável que se tornem adictos.

Lou Micaldas

Sites Importantes:
AA: www.alcoolicosanonimos.org.br

AL-ANON: www.al-anon.org.br

AL-ANON ALATEEN: www.al-anon.alateen.org

NA: www.na.org.br/portal

NAR-ANON: www.naranon.org.br

terça-feira, 14 de abril de 2009

Drogas, etc


Esta página foi aberta por sugestão do Velho Amigo José Carlos de Melo com a finalidade de trocar experiências, compartilhando esperança, alegrias e tristezas. Esperamos receber depoimentos e ensinamentos daqueles que venceram a luta contra as drogas lícitas (álcool, tabaco, xaropes, barbitúricos, etc.) e as ilícitas: cocaína, maconha, heroína, ecstasy, etc.) Sabemos que a luta é diária. Cada dia é uma nova etapa e uma nova luta pela superação.